"A vista, o ouvido, o olfacto, o gosto e o tacto... Os cinco sentidos põem-nos em relação com o mundo que nos rodeia. Já reflectistes no facto de que nós podemos ouvir ao longe e ver ainda mais longe, mas, para sentirmos as coisas e tocá-las, temos de aproximar-nos cada vez mais delas, e para saboreá-las devemos mesmo pô-las na boca? Existe, pois, uma graduação entre os cinco sentidos. O ouvido e a vista deixam o homem mais livre, ao passo que o olfacto, o tacto e o gosto subjugam-no mais, pois obrigam-no a aproximar-se dos objectos e dos seres.
Mas também acontece muitas vezes serem os sentidos superiores - a vista e o ouvido - a conduzir o homem para os sentidos inferiores; sim, os olhos e os ouvidos fazem o possível para assinar contratos com o nariz, a boca e as mãos! Um homem fica maravilhado com a beleza de uma mulher, com o som da sua voz... Limitar-se-á ele a olhá-la e escutá-la? Ele não descansa enquanto não se aproxima dela para respirar o seu perfume, a acariciar e a beijar... Mas um espiritualista sabe que pode romper este contrato, pois, se renunciar a aproximar-se das coisas e dos seres para os sentir, os saborear e lhes tocar, entrará mais em contacto com o seu lado subtil, por intermédio dos ouvidos e dos olhos, e será mais livre."Omraam Mikhaël Aïvanhov
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